Previsão
Primavera traz cenário favorável à agricultura, com chuvas moderadas e calor em Alagoas
Estação oferece condições ideais de calor, umidade e luminosidade para o desenvolvimento das lavouras

A primavera começou oficialmente na última segunda-feira (21) em todo o Brasil e traz consigo boas expectativas para o campo. Reconhecida por equilibrar calor, umidade e luminosidade, a estação favorece o plantio, crescimento e colheita de diversas culturas.
Em Alagoas, segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), a previsão climática indica temperatura e chuvas dentro da normalidade, com tendência de declínio nos volumes pluviométricos entre setembro e novembro. A temperatura, por outro lado, deve subir gradualmente até atingir picos durante o verão.
De acordo com Fernanda Liz Araújo, supervisora de banco de dados da Semarh, os ventos serão mais intensos, variando de sudeste para nordeste, especialmente entre outubro e novembro. “É um período marcado por baixa pluviosidade, ventos fortes e tardes agradáveis, típicos da primavera alagoana”, explica.
Apesar da redução de chuvas, ainda são esperadas precipitações leves entre a madrugada e o início da manhã nas regiões do Litoral, Zona da Mata, Baixo São Francisco e parte do Agreste. Já no Sertão e Sertão do São Francisco, a umidade relativa do ar será mais baixa.
Nas regiões do oeste de Alagoas, as temperaturas tendem a ser mais elevadas, com pouca ocorrência de chuva. Na metade leste, a proximidade com o mar garante menor amplitude térmica e chuvas leves ao longo da estação.
Ainda segundo a Semarh, chuvas isoladas de média intensidade podem ocorrer durante o período. A seca, praticamente ausente até agosto, pode retornar com maior intensidade no oeste do estado devido ao aumento da temperatura e à queda da umidade.
ZONA CANAVIEIRA
Na região canavieira, a média de chuvas entre janeiro e julho de 2025 foi de 1.480 milímetros, ligeiramente abaixo dos 1.515 mm registrados no mesmo período de 2024 — uma queda de 2,3%.
Dados do Sindaçúcar-AL, com base em levantamento da STAB Leste (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros Regional Leste), mostram variações importantes: enquanto janeiro, fevereiro, maio e junho superaram as médias históricas das últimas 23 safras, os meses de março, abril e julho registraram queda acentuada.
Abril, por exemplo, teve apenas 53,8 mm de precipitação — bem abaixo da média de 200,8 mm — o que representa uma variação negativa de 73,22%. Já julho foi o mês mais chuvoso do ano, com aumento de 61,95% em relação à média histórica.
LA NIÑA PODE
GANHAR FORÇA
O Boletim Agroclimatológico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para o trimestre setembro-novembro de 2025 destaca a influência de fenômenos oceânicos como El Niño-Oscilação Sul (ENOS) e o Dipolo do Atlântico nas condições climáticas do país.
Em agosto, a anomalia da temperatura do Atlântico Tropical Norte foi de 0,42°C, enquanto no Sul foi de 0,06°C — cenário que aponta neutralidade no Dipolo do Atlântico. O aquecimento no Norte, no entanto, provocou o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o norte, desfavorecendo chuvas na costa norte do Nordeste.
No Oceano Pacífico, as anomalias na região Niño 3.4 indicam condição neutra, com variações entre -0,5°C e 0,5°C. Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), há 57% de chance de manutenção da neutralidade no trimestre, mas o resfriamento recente das águas pode sinalizar o avanço de um novo ciclo de La Niña.
