Sertão de Alagoas
Senar-AL promove intercâmbio entre agricultores

O convívio com a seca faz parte da rotina do agricultor familiar no Sertão de Alagoas. Nesse contexto, a aplicação da assistência técnica permite a conquista de resultados positivos, mesmo diante da escassez de chuvas. Em um dia de campo promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Alagoas (Senar-AL), produtores rurais de Olho d’Água das Flores, integrantes de uma das turmas da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), participaram de um intercâmbio onde conheceram as experiências exitosas de um bovinocultor de leite do município de Batalha.
No encontro, que reuniu mais de 30 agricultores, foram apresentadas as técnicas e manejos utilizados pelo produtor de leite para enfrentar os períodos de estiagem, com o uso da palma e do pastejo rotacionado com capim massai, além da implantação de um biodigestor para suprir parte da demanda familiar quanto ao consumo de gás de cozinha.
Em uma área de 60 tarefas, o agricultor Pedro Ferreira garante o sustento da família com o leite produzido por 45 vacas. Após receber orientação técnica, passou a cultivar a própria palma utilizada na alimentação dos animais.
“A gente foi aprendendo a trabalhar a palma, com erros e acertos. Hoje, há quatro anos não compro mais palma para alimentar os animais. Tudo vem daqui da propriedade”, declarou.
Segundo ele, investimentos em genética também contribuíram para os bons resultados atuais. Paralelamente ao cultivo da palma, Ferreira também utiliza a técnica do pastejo rotacionado, com a propriedade dividida em piquetes.
“A gente trabalha todas as técnicas necessárias para ter um resultado positivo. É do nosso trabalho que sai o sustento da família. Os resultados não vêm de uma hora para outra, e é preciso uma assistência técnica boa. A gente vive do leite, que é um alimento importante e que deveria ter um valor melhor, remunerar mais os criadores. Mas, apesar das dificuldades, estamos prosperando”, destacou Ferreira.
Ele também instalou um biodigestor alimentado com esterco das vacas.
“Ele produz gás que atende parte da demanda da minha casa. Poderia até atender por completo, mas optei por fazer uma estrutura menor. Ainda assim, reduzimos muito a compra de botijões de cozinha, e o gás produzido, eventualmente, também é fornecido para o consumo de uma segunda casa”, completou.
O produtor Edvan Lima ressaltou os benefícios do intercâmbio: “Ações desse porte são sempre proveitosas. Afinal, alguém sempre vai ter um manejo diferente. É a oportunidade de fazer a troca de ideias para que possamos ter um lucro maior nas nossas propriedades”.
Para o supervisor do Senar-AL, Ellyson Rocha, o objetivo é mostrar, na prática, o impacto da assistência técnica: “Nosso objetivo é mostrar um exemplo de sucesso para que o nosso produtor, que está sendo atendido pelo ATeG, possa entender o verdadeiro poder da assistência técnica. Quando a gente consegue unir a experiência do produtor no campo com a assistência técnica, conseguimos resultados grandiosos dentro da propriedade, seja ela pequena, média ou de grande porte”.