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terça-feira, 29/04/2025 | Ano | Nº 5955
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Vistorias do IMA avançam em 60% das propriedades rurais

Monitoramento mostra que é possível produzir com sustentabilidade e respeitando tradições

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Entre vivências locais e realidades diversas, o Programa Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PROPSA) já alcançou mais de 60% das vistorias previstas. Nesta fase, técnicos do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) percorrem os imóveis contemplados pelos editais de Agroecologia e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), constatando o comprometimento dos beneficiários com práticas sustentáveis e respeito aos limites da conservação ambiental. Até o momento, 51 propriedades foram visitadas.

As equipes técnicas estiveram nos municípios de Maceió, São Luís do Quitunde, Messias, Japaratinga, Piaçabuçu, Boca da Mata, Atalaia, Chã Preta, Quebrangulo, Major Isidoro, Carneiros, Olho d’Água das Flores, Santana do Ipanema, São José da Tapera, Ouro Branco, Delmiro Gouveia, Pariconha, Inhapi, Água Branca, Poço das Trincheiras, Piranhas e Pão de Açúcar.

As vistorias in loco são essenciais para entender as particularidades de cada propriedade e assegurar que o programa funcione de forma eficaz.

“Por mais que os planos de ação tenham nos dado uma noção geral do que encontraríamos, é no campo que conhecemos de verdade cada realidade local”, explica Gabriela Cota, assessora técnica da Gerência de Clima e Sustentabilidade (Geclim).

Segundo ela, as visitas proporcionam experiências enriquecedoras, mas também revelam realidades difíceis, especialmente diante da insegurança hídrica intensificada pelas mudanças climáticas, que impactam a produção agrícola e a qualidade de vida no campo.

Marianna Farias, gerente de Mudanças Climáticas e Sustentabilidade do IMA, reforça que o trabalho desenvolvido por meio do PSA tem como foco valorizar os serviços ambientais prestados pelas populações rurais, incentivando práticas sustentáveis e fortalecendo a resiliência dos territórios.

“Nosso compromisso é integrar a conservação ambiental à melhoria da qualidade de vida das famílias envolvidas, reconhecendo o papel fundamental que desempenham na preservação dos ecossistemas”, afirma.

Mesmo diante dos desafios, os selecionados nos editais demonstraram forte ligação com a natureza por meio de tradições culturais e religiosas. O cultivo e a preservação de espécies utilizadas em rituais ou com fins medicinais reforçam a ideia de que a agricultura familiar vai além da subsistência alimentar — ela envolve também a espiritualidade e a saúde das comunidades.

O PSA tem papel central no fortalecimento da produção agroecológica em Alagoas, ao reconhecer e apoiar quem já atua respeitando os ciclos da natureza. Com apoio financeiro e técnico, o programa contribui para mitigar os desafios enfrentados no campo, onde muitas famílias produzem sem recursos ou assistência adequada.

“Produzir de forma agroecológica, sem apoio, é muito difícil. Tudo se torna mais desafiador sem suporte. O PSA mostra que é possível viver da terra de forma sustentável, manter viva a produção agroecológica e preservar os recursos naturais. É sobre respeitar ciclos e semear o futuro”, destaca Déborah Monteiro, consultora ambiental do IMA.

Além de identificar boas práticas ambientais, as vistorias se tornaram momentos valiosos de troca de saberes entre técnicos e agricultores. Mais do que uma etapa de monitoramento, as visitas promovem a integração entre conhecimento científico e sabedoria popular, desmistificando a ideia de que produzir e conservar são caminhos opostos.

“Acredito que o PSA Agroecologia se estabelece como forma de desmistificar a ideia de que não há elo viável entre produção e conservação. Ao mesmo tempo em que reconhece que não se trata de uma proposta fácil, e que não há receita pronta, o PSA pode estimular a transição de práticas predatórias para atividades que enxerguem a natureza como aliada da produção”, conclui Gabriela Cota.

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