Revitalização
Audiência Pública discutirá futuro do centro de Maceió
Encontro reunirá lojistas, ambulantes e moradores para discutir PPP do Complexo Administrativo da prefeitura


No próximo dia 10 de outubro, às 10h, o plenário da Câmara de Vereadores de Maceió receberá uma audiência pública para debater a implementação da Parceria Público-Privada (PPP) que viabilizará a construção do Complexo Administrativo da Prefeitura, previsto para a Praça Palmares. O encontro reunirá comerciantes, ambulantes, lojistas, moradores e trabalhadores da região central, interessados nos efeitos da iniciativa sobre o futuro do Centro da capital alagoana.
A proposta da audiência partiu do vereador Allan Pierre (MDB) e foi aprovada pela maioria dos 27 parlamentares, com apoio do presidente da Casa, Chico Filho (PL). O objetivo é avaliar impactos sociais, comerciais, urbanos e econômicos do projeto, que pretende reocupar e revitalizar uma área marcada há mais de uma década pela degradação e esvaziamento.
Segundo a Prefeitura, o novo Complexo terá capacidade para abrigar cerca de 1.460 servidores e receber diariamente mais de 800 pessoas, o que, para seus defensores, representa uma estratégia de repovoamento planejado do Centro.
“É urgente repovoar o Centro de Maceió do ponto de vista econômico e habitacional”, afirma Allan Pierre, lembrando que outras capitais já adotam modelos semelhantes de requalificação em áreas históricas.
A audiência pública será organizada em quatro eixos de discussão: impactos habitacionais e sociais; impactos comerciais e turísticos; mobilidade e infraestrutura urbana; e aspectos econômicos e administrativos.
Lojistas e trabalhadores do comércio esperam que a presença do centro administrativo impulsione a movimentação de pessoas, aqueça as vendas, atraia novos negócios e fortaleça a segurança. Já moradores e ambulantes pedem clareza sobre como serão inseridos nesse novo cenário, temendo deslocamentos ou marginalização.
NOVO CENTRO
A PPP do Novo Centro foi formalizada em janeiro de 2025, em leilão realizado na B3, e prevê R$ 727 milhões em investimentos ao longo de 30 anos. O consórcio vencedor, formado pelas empresas Engemat e Telesil, se comprometeu com R$ 197 milhões em investimentos de capital (Capex) e R$ 530 milhões em operação e manutenção (Opex). A dimensão dos valores evidencia a aposta do município no modelo de parceria com o setor privado como alternativa para transformar áreas degradadas em polos administrativos e econômicos.
Apesar da expectativa, há desconfiança entre comerciantes antigos, que lembram de promessas semelhantes feitas no passado. “Há mais de uma década se fala em recuperar o Centro, mas a prática não acompanha o discurso”, afirmou um lojista.
Entre os ambulantes, as opiniões se dividem: enquanto alguns veem riscos, outros acreditam que a chegada da Prefeitura pode representar visibilidade e novas oportunidades. Para os vereadores, o desafio será ouvir diferentes setores e ajustar o projeto à realidade da população.