Alagoas se prepara para uma das disputas ao Senado mais acirradas da história

A eleição para o Senado Federal promete ser uma das mais competitivas da história política do estado em 2026. Com duas vagas em disputa, os bastidores já revelam movimentações intensas entre grupos políticos antagônicos, cada um articulando estratégias para garantir a vitória de seus representantes.​

Neste caso, a disputa não se limita apenas às urnas, mas envolve uma complexa rede de alianças, estratégias eleitorais e mobilização de bases políticas. A imprevisibilidade do cenário torna a eleição um campo fértil para surpresas e reviravoltas, com os principais atores políticos buscando consolidar suas posições e garantir a vitória nas urnas.​

O senador Renan Calheiros (MDB), com vasta experiência e histórico de liderança, desponta como um dos favoritos para a reeleição. O grupo político que lidera no estado, formado por personagens marcantes e de prestígio local, como o governador Paulo Dantas (MDB), o senador e ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), e o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, deputado estadual Marcelo Victor (MDB), tem a hegemonia entre os prefeitos, principais captadores de votos em uma eleição majoritária.

Os integrantes deste grupo repetem, o tempo todo, que o maior compromisso para 2026 é a reeleição maiuscula de Renan pai ao Senado. Nos últimos pleitos em disputa, o senador conquistou a vaga em segundo lugar (atrás de Benedito de Lira e de Rodrigo Cunha). Agora, a intenção é elevá-lo ao topo, confirmando a força da família Calheiros e do MDB no estado.

Por outro lado, o deputado federal Arthur Lira (PP), ex-presidente da Câmara dos Deputados, tem intensificado sua presença em Alagoas, buscando consolidar sua base eleitoral. Apesar de descartar uma aliança com Renan Calheiros, Lira demonstra disposição para enfrentar o senador nas urnas.

Lira tem vários trunfos para se lançar na disputa: assim como Renan, o deputado federal é bem quisto e poderoso em Alagoas, com ‘serviço prestado’ em praticamente todos os municípios, ganhando a simpatia, inclusive, de lideranças políticas ligadas ao seu principal adversário no estado. Além disso, segue com força total em Brasília, com trânsito livre no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. Agora, o parlamentar foi escolhido relator do principal projeto do Governo Federal para este ano, que isenta o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Era o holofote que Lira precisava para se manter em evidência.

O deputado federal Paulão (PT) já confirmou sua intenção de disputar uma vaga no Senado. Com uma trajetória consolidada na Câmara dos Deputados, o petista busca ampliar sua representatividade e se posicionar como uma alternativa à política tradicional.​ Mas, o seu desejo pode enfrentar resistência interna (dentro do PT) e esbarrar na futura composição para 2026, que poderá envolver o MDB e os demais partidos da base aliada do presidente Lula em Alagoas.

Davi Davino Filho, ex-deputado estadual, também é cogitado como possível candidato. Com uma base eleitoral sólida, especialmente na capital, Davi busca consolidar sua candidatura como uma opção viável para os eleitores. Recentemente, filiou-se ao Republicanos e, desde então, virou uma peça importante neste contexto. O partido já indicou a intenção de indicar nomes às eleições majoritárias.

Em 2022, Davino disputou o Senado e ficou em segundo lugar. Como só tinha uma cadeira disponível, Renan Filho se saiu melhor, mas o desempenho do ex-parlamentar chamou a atenção de todos os cientistas políticos. Ele obteve 627 mil votos (42,2%) enquanto o ministro dos Transportes foi eleito com quase 846 mil votos (56,92%).

A senadora Dra. Eudócia Caldas (PL), mãe do prefeito de Maceió, JHC (PL), surge como uma figura de destaque no cenário político alagoano. Sua atuação no Senado e a proximidade com Arthur Lira fortalecem sua posição como potencial candidata à reeleição.​ Até 2026, ela tem a meta de se tornar mais conhecida do eleitorado para ser competitiva. Por enquanto, não é este o cenário.

Alfredo Gaspar de Mendonça Neto (União), deputado federal e ex-procurador-geral de Justiça de Alagoas, também é cogitado como possível candidato. Com uma base eleitoral significativa e alinhamento com o espectro político conservador, Gaspar representa uma opção para eleitores que buscam renovação.​ Muito presente nas redes sociais e citado por eleitores que desejam mudança no Senado, ele pode entrar na disputa se o quadro político for conveniente.