Argentina
Protesto de aposentados termina em confronto com polícia
Manifestação contra o governo Milei por perda de poder de compra termina com a prisão de 31 pessoas


Agentes de segurança da Argentina entraram em confronto com manifestantes durante um protesto de aposentados contra o governo de Javier Milei, na tarde de ontem, em Buenos Aires. Pelo menos 31 pessoas foram detidas, e dois policiais ficaram feridos.
Os aposentados reivindicam reajustes nas pensões e alegam que perderam poder de compra devido à inflação e às recentes medidas econômicas do governo. A mobilização, que ocorre semanalmente em frente ao Congresso, ganhou força com a adesão de torcedores de futebol organizados.
A presença de torcidas organizadas levou o Ministério da Segurança Nacional a endurecer medidas para conter possíveis conflitos. Em comunicado, o governo alertou que qualquer pessoa envolvida em atos violentos ou bloqueios de vias poderia ser detida.
O porta-voz do governo, Manuel Adorni, minimizou a manifestação, afirmando que se tratava de “uma marcha de barrabravas [torcedores organizados] seguramente de esquerda, com convocação baixa, muito baixa ou nula”.
A confusão começou após os policiais iniciarem uma ação para desbloquear uma rua ocupada pelos manifestantes e montar um cordão para impedir o avanço para o Congresso, segundo o jornal Clarín.
Imagens mostraram participantes do protesto jogando objetos contra agentes de segurança, que reagiram com jatos de água e gás lacrimogêneo. Um carro da polícia foi incendiado.
Depois, o confronto avançou pelo Centro Histórico de Buenos Aires, chegando próximo à Casa Rosada, que é a sede do governo argentino.
Os protestos dos aposentados têm sido frequentes e marcados por repressão policial. Recentemente, torcidas organizadas anunciaram apoio às manifestações, o que ampliou o atrito com o governo Milei.
Em resposta, a administração argentina determinou que torcedores envolvidos em bloqueios de vias poderiam ser impedidos de entrar nos estádios de futebol.