História
Construtores de Alagoas LXXXV

Doutor Ezechias Jerônimo da Rocha, no governo do ético Guilherme Palmeira, recebeu justa homenagem, emprestando seu honrado nome ao hospital de Major Izidoro, terra natal do ilustre esculápio. Migrou à Cidade Maravilhosa, onde continuou sua tarefa nobre de curar os males psicossomáticos de seus semelhantes, e de cantar, nos seus versos, as belezas de natureza ambiental.
Colaborou nos jornais de Maceió, especialmente no extinto Jornal de Alagoas, usando naquela ocasião, os seguintes pseudônimos: Frei Francisco, Paulo Bruno e Alexandre Zabelê. Essa respeitável figura alagoana aprendeu em Major Izidoro as primeiras letras. Vindo sua família para Maceió, aqui fez curso secundário, no Colégio 11 de Janeiro, dirigido pelo admirável professor Higino Belo. Cursou a tradicional Faculdade de Medicina da Bahia, onde recebeu o diploma em 1921.
Aqui, fora eleito deputado estadual e senador da República. Costumava dizer: “Eu venho das caatingas ensolaradas dos cangaceiros e cantadores, e comigo vem um pouco do calor do meios-dias tropicais, e um bocado do luar de prata das friorentas noites sertanejas”. Pertenceu à Academia Alagoana de Letra, bem como ao vetusto Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Por outro lado, ajudou a fundar a Escola de Medicina de Alagoas, ocupando uma de suas cadeiras.
Quando exercia o cargo de diretor da Saúde Pública, encetou um vigoroso movimento contra a epidemia de alastrim e, segundo sua declaração, saiu vitorioso graças ao prestígio popular do nome do Padre Cícero do Juazeiro.
Clinicou nesta capital durante trinta e cinco anos; nesse período, foi professor, por concurso, do Lyceu Alagoano e da escola Normal. Teve clínica instalada no Rio de Janeiro, onde atendia dezenas de pacientes. Foi, sobretudo, um bom homem simples e bom de acentuado magnetismo pessoal, deixando aos pósteros a lição exemplar de sua dignificante trajetória de médico e de trovador. Deixando, assim, exemplo de profissional à altura da honrada profissão.