Editorial
Passagem

A Páscoa, celebrada por judeus e cristãos, é uma festividade que transcende o tempo, carregando consigo significados profundos de libertação e renovação. Para os judeus, o Pessach marca a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito, simbolizando a passagem da opressão para a liberdade. Já para os cristãos, a Páscoa celebra a ressurreição de Jesus Cristo, representando a vitória sobre a morte e a promessa de vida eterna.
Ambas as tradições compartilham a ideia central de “passagem” — seja da escravidão para a liberdade ou da morte para a vida. Essa convergência não é coincidência; Jesus, figura central do cristianismo, celebrou a Última Ceia durante o Pessach, estabelecendo uma conexão entre as duas celebrações. Atualmente, contudo, observa-se uma crescente comercialização da Páscoa, com símbolos como ovos de chocolate e coelhos ganhando destaque. Embora essas tradições modernas tragam alegria, é essencial não perder de vista os significados originais da festividade. A Páscoa convida a humanidade à reflexão sobre liberdade, sacrifício e renovação — temas universais que ressoam independentemente de crenças religiosas.
Em um mundo cada vez mais plural e secularizado, revisitar o verdadeiro espírito da Páscoa pode oferecer uma oportunidade de introspecção e esperança.