Reconhecimento
Nobel da Paz vai para María Corina Machado, opositora de Nicolás Maduro
Ex-deputada foi premiada por seu trabalho de promoção dos direitos democráticos para o povo venezuelano


O Prêmio Nobel da Paz de 2025 foi concedido à líder opositora venezuelana María Corina Machado, anunciou nessa sexta-feira o Comitê Norueguês da láurea. Conhecida como a “dama de ferro” da política venezuelana, ela é o principal rosto da resistência ao regime chavista de Nicolás Maduro.
Em vídeo divulgado por sua equipe, María Corina, de 58 anos, reage à notícia em conversa com o ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia: “Estou em choque! Que é isso? Não acredito”, disse emocionada.
O comitê destacou sua “luta incansável pela defesa dos direitos democráticos do povo venezuelano e pela busca de uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, afirmou o presidente do colegiado, Jørgen Watne Frydnes.
Ex-deputada e fundadora do partido Vem Venezuela, María Corina venceu por ampla margem as primárias da oposição, mas foi impedida de concorrer à presidência por estar inabilitada politicamente por 15 anos. González Urrutia a substituiu nas eleições de julho de 2024, vencidas por Maduro em um pleito denunciado como fraudulento. Pouco depois, González exilou-se na Espanha.
Nas redes sociais, o opositor celebrou a premiação: “Merecidíssimo reconhecimento à luta de uma mulher e de todo um povo por liberdade e democracia. O primeiro Nobel da Venezuela!”, escreveu.
Nascida em Caracas em uma família conservadora e católica, María Corina ganhou notoriedade por enfrentar o então presidente Hugo Chávez, em 2012. Inicialmente apoiada pelas elites urbanas e por parte da diáspora venezuelana, hoje mobiliza multidões também nas regiões populares, inclusive em antigos redutos chavistas.
CRÍTICA
Steven Cheung, porta-voz da Casa Branca, criticou a decisão do comitê do Prêmio Nobel. “O presidente Trump continuará fazendo acordos de paz, acabando com guerras e salvando vidas. Ele tem o coração de um humanitário, e nunca haverá ninguém como ele, que pode mover montanhas com a força de sua vontade”, escreveu Cheung em uma publicação na rede social X. “O comitê do Nobel provou que eles colocam a política acima da paz”.