Gaza
Hamas lista exigências para aceitar acordo de cessar-fogo
Grupo palestino diz que ataque de 7 de outubro foi ‘resposta histórica’ a Israel


O grupo terrorista palestino Hamas afirmou que o ataque terrorista de 7 de outubro, que completou dois anos ontem, foi uma “resposta histórica” a Israel e que leva a sério as negociações para um acordo de paz na Faixa de Gaza, porém com algumas condições.
Em um discurso na TV, Fawzi Barhoum, um alto funcionário do Hamas, afirmou que o grupo terrorista quer chegar a um acordo para encerrar a guerra, com base no plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, porém apresentou algumas exigências: cessar-fogo permanente e abrangente; retirada completa das forças israelenses de Gaza; entrada irrestrita de ajuda humanitária e de assistência; o regresso das pessoas deslocadas às suas casas; e o início imediato de um processo de reconstrução total, supervisionado por um órgão nacional palestino de tecnocratas; um acordo justo de troca de prisioneiros.
Barhoum não deu detalhes, por exemplo, do que seria um “acordo justo” em relação aos prisioneiros. Apenas disse que as negociações precisam atender “às aspirações do nosso povo em Gaza”.
IMPASSE
Várias das condições apontadas pelo representante do Hamas já foram repetidamente rejeitadas por Israel, que exige, por sua vez, o desarmamento do Hamas, algo que o grupo rejeita. A situação sinaliza que as negociações indiretas com Israel que estão ocorrendo neste momento no Egito podem continuar difíceis e demoradas.
Barhoum ainda acusou Netanyahu de tentar “obstruir e frustrar” a atual rodada de negociações, assim como ele havia “deliberadamente frustrado todas as rodadas anteriores”.
“A delegação do movimento que participa das negociações atuais no Egito está trabalhando para superar todos os obstáculos para chegar a um acordo”, falou.
Na manhã de 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel e realizaram assassinatos em massa de israelenses. Cerca de 1.200 morreram, e 251 foram levados como reféns para a Faixa de Gaza. Segundo Israel, 48 deles continuam sob poder do Hamas, dos quais 20 estão vivos e o restante, morto.
“Reafirmamos que a Tempestade de Al-Aqsa, em 7 de outubro, foi uma resposta histórica às tentativas de erradicar a causa palestina”, disse ainda Fawzi Barhoum, afirmando que Israel ocupa ilegalmente os territórios palestinos.
ATAQUE TERRORISTA
Assim como faz em diversas ocasiões, o governo israelense relembrou ontem o horror do ataque terrorista de 7 de outubro
Centenas de autoridades mundiais voltaram a repudiar o ataque de 7 de Outubro e pedir a soltura dos reféns israelenses sob poder do Hamas. Israelenses por todo o país realizaram diversas homenagens para relembrar as vítimas. Atos pró-Israel e também pró-Palestina foram registrados pelo mundo nesta terça.
O ataque terrorista foi o estopim para a guerra em Gaza. Israel lançou uma ofensiva militar contra o Hamas no território palestino para caçar os responsáveis pelo ataque, eliminar as capacidades militares do grupo e resgatar os reféns.
O aniversário da guerra em Gaza ocorre em um momento em que negociadores de Israel e Hamas realizam negociações indiretas para finalizar o conflito, com base em um plano apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.