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Oriente Médio

Sob pressão dos EUA, Israel e Hamas iniciam negociações

Discussões ocorrem após grupo extremista palestino aceitar debater plano de paz

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Israel e o grupo palestino Hamas iniciaram ontem, no Cairo, uma nova rodada de negociações mediadas por países árabes e pelos Estados Unidos, em busca de um acordo para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, que se aproxima de completar três anos.

As conversas foram convocadas após o Hamas sinalizar disposição para discutir o plano de 20 medidas apresentado no mês passado pelo presidente americano, Donald Trump, para o futuro do enclave palestino.

A proposta norte-americana prevê o cessar-fogo imediato, a libertação de reféns e prisioneiros, o controle internacional de Gaza e o desarmamento do Hamas, entre outros pontos. O grupo palestino declarou aceitar a libertação dos reféns, mas condiciona o cumprimento do acordo à abertura de negociações sobre governança, retirada militar israelense e direitos políticos dos palestinos.

No domingo (5), Trump e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmaram buscar um acordo rápido para libertar os reféns israelenses ainda mantidos em Gaza.

“Há muito trabalho pela frente, mas o Hamas concordou com a estrutura do presidente para a libertação dos reféns. Saberemos em breve se o grupo fala sério. Queremos que isso aconteça rapidamente, nos próximos dias, não em semanas”, disse o presidente americano.

REFÉNS E PRISIONEIROS

O plano determina que Israel suspenda todas as operações militares e congele suas frentes de batalha até que seja definida uma retirada gradual de Gaza. O Hamas, por sua vez, teria 72 horas para devolver todos os reféns — vivos e mortos — capturados desde os ataques de 7 de outubro de 2023. Estima-se que 48 pessoas ainda estejam em poder do grupo, sendo 22 vivas, segundo o jornal israelense Haaretz.

Em troca, Israel libertaria 250 palestinos condenados à morte e outros 1,7 mil prisioneiros detidos desde o início da guerra. O plano também prevê anistia para membros do Hamas que aceitarem a “coexistência pacífica” com Israel e desejarem deixar o território.

EXIGÊNCIAS DO HAMAS:

Fontes citadas pela emissora israelense Channel 12 afirmam que o Hamas exige a libertação de líderes históricos do movimento palestino, como Marwan Barghouti (Fatah), Ahmad Sa’adat (FPLP), Ibrahim Hamed, Abbas al-Sayed e Hassan Salameh — todos condenados por atentados durante a Segunda Intifada. O grupo também quer a soltura de combatentes da força de elite Nukba, envolvidos nos ataques de 7 de outubro, exigência que Israel rejeita categoricamente.

Além disso, o Hamas teria alegado que seria “impossível” cumprir o prazo de 72 horas para a devolução dos reféns, devido à dificuldade de localizar corpos de vítimas mortas.

A proposta de Trump prevê a destruição das infraestruturas militares do Hamas — túneis, depósitos de armas e fábricas — sob supervisão internacional. Monitores estrangeiros acompanhariam o processo de desmilitarização, financiado por um fundo global.

Os EUA e países árabes também formariam uma Força Internacional de Estabilização, responsável por garantir a segurança, treinar novas forças palestinas e monitorar fronteiras. Israel se comprometeria a não anexar Gaza e a retirar suas tropas gradualmente, mantendo, no entanto, presença em um “perímetro de segurança” até considerar o território livre de ameaças.

Apesar de o plano prever fiscalização independente, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou, no domingo, que Israel “será responsável pelo desarmamento de Gaza”.
O Hamas exige uma retirada israelense mais ampla do que a prevista no mapa divulgado por Trump, até as linhas mantidas em janeiro deste ano, além de garantias para a retirada completa das forças de ocupação, com cronograma definido.

O documento propõe que Gaza seja administrada temporariamente por uma comissão “tecnocrata e apolítica” formada por palestinos e especialistas internacionais, sob supervisão de um “Conselho da Paz” liderado por Trump e que incluiria o ex-premiê britânico Tony Blair.

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