REFLEXÃO
Transporte individual motorizado
Busca para estimular alternativas para redução da poluição ambiental

Mobilidade urbana
O Dia Mundial Sem Carro, celebrado no dia 22 de setembro, é um convite à reflexão sobre o uso excessivo do transporte individual motorizado e seus impactos ambientais, econômicos e psicossociais. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca que o movimento vem se espalhando pelo mundo e também nos Municípios brasileiros, com o compartilhamento dessa preocupação e a busca para estimular alternativas de transporte e mobilidade cada vez mais sustentável e funcional, conforme estabelecido na Agenda 2030.
Combustíveis fósseis
A entidade municipalista entende que a preocupação e a demanda são urgentes. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o setor de transportes é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, sendo responsável por aproximadamente um quarto das emissões globais de CO₂ relacionadas à energia. A queima de combustíveis fósseis pelos meios de transporte é a principal causa, com os carros leves contribuindo com cerca de 45% das emissões de CO₂ do setor.
Veículos elétricos
A ONU destaca a urgência de investir em transportes sustentáveis, como veículos elétricos e transporte público, para atingir as metas climáticas e evitar um aumento catastrófico da temperatura do planeta. Para enfrentar esse desafio, o Brasil se comprometeu a diminuir suas emissões em até 43% até 2030, em relação aos níveis de 2005.
Ônibus elétricos
No plano local, o Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, o Programa Bicicleta Brasil (Lei 13.724/18), a Estratégia Nacional da Bicicleta (ENABICI) e a renovação da frota de ônibus com veículos elétricos têm sido exemplos de esforços para integrar e incentivar a mobilidade urbana ativa e sustentável.
Aumento da frota de 35%
Os números ainda mostram que o País depende fortemente do veículo automotor e que o desenvolvimento econômico está diretamente relacionado a essa realidade. Em julho de 2025, o Brasil chegou à marca de um veículo para cada 1,7 habitantes, o equivalente a uma taxa de motorização de 594 veículos para cada 1.000 habitantes. A frota cresceu de 93 milhões para 126 milhões em apenas dez anos, aumento de 35%.
Trânsito
Essa realidade representa um alto custo. De acordo com a estimativa feita pela Confederação, os problemas de mobilidade urbana impactaram em perdas econômicas de R$ 247,2 bilhões por ano, sem contar os R$ 50 bilhões anuais associados a sinistros de trânsito, que incluem desde danos materiais até despesas com saúde, previdência e o tempo perdido nos congestionamentos urbanos.
Falta investimento
Além do impacto financeiro, há também o aspecto cultural. Hoje, 52% da frota corresponde a automóveis particulares, enquanto os ônibus representam apenas 1%. Apesar disso, os coletivos ainda são responsáveis por cerca de um quarto das viagens urbanas diárias. Isso evidencia a necessidade de investimento e valorização do transporte público.
Sustentabilidade
Nesse contexto, a mobilidade urbana sustentável aparece como um elo entre o local e o global. Enquanto municípios buscam alternativas como calçadas, ciclovias, transporte coletivo de qualidade e integração modal, o mundo se prepara para discutir novas metas climáticas na COP30, que será realizada em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro.