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COLUNA DO MARLON

Saúde mental no esporte: preço da excelência

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Tite decidiu se afastar do futebol para cuidar da mente
Tite decidiu se afastar do futebol para cuidar da mente | Foto: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Os holofotes mostram a glória, mas escondem o colapso. Uma pesquisa da Unicamp revelou que 30% dos atletas brasileiros apresentam sintomas de depressão, 16% convivem com ansiedade e 24% já pensaram em tirar a própria vida.

É o retrato de um sistema que cobra perfeição, mas ignora o custo emocional de quem entrega resultado.

O estudo conduzido pelo pesquisador Alexandre Colagrai analisou atletas e treinadores de várias modalidades. A rotina exaustiva, o medo constante de falhar e o ambiente competitivo criam um cenário de desgaste mental que já virou epidemia silenciosa.

Casos internacionais como Simone Biles e Naomi Osaka escancararam o tema, mas ele também está muito perto. Tite decidiu se afastar do futebol para cuidar da mente. Richarlison admitiu que pensou em desistir após a Copa. Bruno Fratus, medalhista olímpico, revelou ter duvidado da própria vontade de viver. São vozes que romperam o silêncio e expuseram o preço da excelência.

A pesquisa mostra ainda que as mulheres treinadoras enfrentam um cenário ainda mais adverso, entre machismo, sobrecarga e falta de apoio. Mesmo assim, a resiliência e o suporte familiar surgem como os principais fatores de proteção.

O esporte brasileiro ainda confunde força com insensibilidade. Prepara o corpo, mas abandona a mente.

Enquanto o esporte insistir em medir sucesso apenas por medalhas e contratos, continuará perdendo o que tem de mais valioso: gente. Porque não há vitória que compense a derrota silenciosa da mente.

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