loading-icon
MIX 98.3
NO AR | MACEIÓ

Mix FM

98.3
sexta-feira, 10/10/2025 | Ano | Nº 6073
Maceió, AL
22° Tempo
Home > Economia

Censo

Taxa de alagoanos que vão a pé para o trabalho é a 2ª maior País

Estado tem 25,5% dos trabalhadores - o equivalente a 214,3 mil - que utilizavam a caminhada como principal meio de locomoção, aponta IBGE

Ouvir
Compartilhar
Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no Whatsapp
Alagoas tem 214,3 mil trabalhadores que utilizam a caminhada para se deslocar até o trabalho
Alagoas tem 214,3 mil trabalhadores que utilizam a caminhada para se deslocar até o trabalho | Foto: Arquivo GA

Alagoas tem 214,3 mil trabalhadores que utilizam a caminhada para se deslocar até o trabalho, segundo dados preliminares do Censo Demográfico 2022 divulgados nessa quinta-feira (9), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números correspondem a 25,5% do pessoal ocupado no estado. De acordo com o levantamento, o percentual é o segundo maior do Brasil, atrás apenas da Bahia, que ocupa o primeiro lugar no ranking, com 28,3%.

Os dados revelam que um em cada quatro trabalhadores alagoanos ia a pé para o trabalho. Além disso, em 101 dos 102 municípios alagoanos, o percentual de deslocamentos a pé superou a média nacional. A capital Maceió, com 14,9%, foi a única exceção, reflexo do uso mais intenso de transporte motorizado, a exemplo de automóvel, ônibus e motocicleta.

Já 13 municípios ultrapassaram a marca de 50% de trabalhadores indo a pé, com São Brás (63,6%) no topo do ranking estadual, seguido de Belo Monte (57,2%), Traipu (56,5%), Pindoba (56,3%) e Dois Riachos (55,8%).

“Esses percentuais reforçam o perfil de mobilidade curta das cidades de pequeno porte, onde grande parte dos ocupados trabalhava perto de casa ou a locomoção motorizada era menos acessível”, avaliou Alcides Tenório Júnior, superintendente do IBGE em Alagoas.

Além do deslocamento a pé, os meios de transporte mais utilizados para o trabalho em Alagoas foram o automóvel (21,9%), a motocicleta (20,9%), o ônibus (17,1%) e a bicicleta (6,1%). Na capital Maceió, o cenário se inverteu: o automóvel foi o principal meio (31,4%), seguido de ônibus (29,5%), deslocamento a pé (14,9%) e motocicleta (10,5%).

Esse padrão se repetiu nos municípios mais populosos e na região metropolitana, onde os transportes coletivo e individual predominavam sobre os deslocamentos a pé.

Em todo o país, 12,4 milhões de pessoas - o equivalente a 17,8% dos trabalhadores - vão para a labuta a pé. Outros 4,4 milhões usam a bicicleta como meio de transporte, o que revela um padrão de deslocamento significativo da população brasileira.

Outro aspecto relevante, segundo o IBGE, foi o baixo percentual de pessoas que se deslocam em meios de transporte de alta capacidade, como trem ou metrô, com apenas 1,6% dos deslocamentos (1,1 milhão de pessoas), uma proporção próxima de van, perua e assemelhados, utilizados por 945 mil pessoas (1,4%).

O carro é o principal meio de transporte utilizado pelos brasileiros para ir ao trabalho. De acordo com dados do Censo, 32% das pessoas que precisam se deslocar pelo menos três vezes por semana para o local de trabalho usam o automóvel, superando a proporção de 21,4% das que utilizam ônibus.

"O censo traz justamente esse quadro amplo do Brasil, mostrando os gargalos e as dificuldades. Isso é reflexo do nosso histórico, que privilegiou o automóvel em detrimento de outros meios de transporte, mas também mostra certas carências do transporte público, que são especialmente mais impactantes em grandes concentrações urbanas, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Brasília", avalia o analista do IBGE Mauro Sergio Pinheiro de Sousa.

Essas carências aparecem principalmente no tempo de deslocamento. Na média brasileira, a maior parte dos trabalhadores, 57%, leva de seis minutos até meia hora para chegar ao local de trabalho, totalizando 40 milhões de pessoas. Mas essa proporção é menor no Sudeste, 53%, e cai para a casa de 36% nas duas maiores cidades do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. Na outra ponta, 12,6% das pessoas levam mais de uma hora nesse trajeto, número que sobe para 27,9% em São Paulo e 29,8% no Rio.

A região metropolitana do Rio de Janeiro também se destaca no ponto mais extremo da escala, o dos trabalhadores que levam mais de duas horas para chegar ao trabalho. Onze cidades fluminenses figuram na lista dos 20 municípios, com mais de 100 mil habitantes, que tem o maior percentual de trabalhadores que declararam esse tempo de deslocamento, incluindo as três primeiras posições. Em Queimados, a grande campeã, 12,5% dos trabalhadores demoram pelo menos duas horas no trajeto de casa até o trabalho. A proporção na capital foi de 5,6%, enquanto a média brasileira ficou em 1,8%.

Relacionadas