NORDESTE É DESTAQUE
Engajamento no trabalho: Alagoas é segundo lugar no NE e 4º no Brasil
Estudo da FGV aponta que 52% dos trabalhadores alagoanos demonstram alto nível de envolvimento profissional


Índice nacional de engajamento no trabalho desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Flash e Grupo Talenses mostra que Alagoas é o segundo estado do Nordeste e o quarto do país com melhor desempenho. Os dados referem-se ao ano passado, quando o estado alcançou um percentual de 52%, de acordo com a 2ª edição do Engaja S/A. Além disso, supera a média nacional, que ficou em 44%.
Já o Nordeste é a região mais engajada do Brasil, com 49% dos trabalhadores demonstrando alto nível de envolvimento com suas atividades profissionais, também superando a média nacional. Enquanto os nordestinos lideram o ranking, o Sul registra o maior índice de desengajamento, com 60%.
Na sequência, os três mais colocados no Nordeste são: Bahia (56,5%), Alagoas (52%) e Paraíba (50%). Já os quatro primeiros do país são: Acre (75%), Bahia (56,5%), Pará (52,5%) e Alagoas e Mato Grosso (52%).
A pesquisa avalia seis dimensões como determinantes para o engajamento, como ambiente de trabalho positivo, significado no trabalho, confiança na liderança, boas práticas de gestão, crescimento e desenvolvimento, além de remuneração e benefícios.
No Nordeste, os principais impulsionadores do engajamento foram a confiança na liderança (60%) e as boas práticas de gestão (58%). Por outro lado, o maior fator de insatisfação é a remuneração e benefícios, citado por 51% dos trabalhadores desengajados.
Pelo segundo ano consecutivo, o Engaja S/A mostrou que há uma variação importante no engajamento dos trabalhadores de acordo com a região do país. Enquanto no Nordeste se concentra o maior percentual de profissionais engajados (49%), no Sul está o maior patamar de desengajados (60%).
“O mercado de trabalho historicamente menos dinâmico e o maior índice de pobreza tornam as oportunidades para nordestinos mais escassas. Isso ajuda a explicar por que eles são mais engajados com as empresas quando acessam o mercado formal. Já a insatisfação entre os sulistas pode ser reflexo dos impactos na economia da tragédia que afetou o Rio Grande do Sul entre os meses de abril e maio de 2024”, destaca trecho da pesquisa.
O levantamento também revela uma mudança na percepção dos trabalhadores. Em 2023, o fator mais relevante para o engajamento no Nordeste era o ambiente de trabalho positivo. Já em 2024, a confiança na liderança e as boas práticas de gestão assumiram protagonismo.
“Buscamos conhecer o perfil dos nossos colaboradores, desta forma tentamos conciliar pontos fortes para distribuir atividades-chave e fazemos alocações baseadas nos perfis. Também estamos sempre realizando reuniões para difundir informações estratégicas a cada pessoa. Desta forma, eles entendem que fazem parte de um processo necessário para o alcance das nossas metas”, destaca Rodrigo Filgueiras Gondim, sócio de empresa em Alagoas.
O empresário Gondim disse, à reportagem, que a empresa onde atua está atenta a sugestões e críticas aos processos, com escuta ativa para que todos tenham liberdade de expor suas ideias.
“Pensamos também nas condições do ambiente de trabalho, no conforto e nas necessidades que cada um possui para que, dentro das possibilidades da empresa, possamos melhorar. Acreditamos que a inclusão das pessoas em algumas situações para tomada de decisões faz com que o funcionário se sinta reconhecido e também tenha consciência de que o serviço que está executando está sendo visto e percebido. Fora isso, manter uma estrutura de cargos e salários adequada”, reforça o sócio da Prime Soluções Corporativas.