Oportunidades
Setor de serviços, comércio de pescado e turismo impulsionam economia do mar em AL
1º Fórum de Economia do Mar reúne especialistas e autoridades em Maceió


Estudo realizado pelo Observatório da Industria da Federação da Indústria do Estado de Alagoas (Fiea) revela o setor de serviços é o maior gerador de empregos relacionados ao mar em Alagoas. De acordo com o levantamento, os serviços relacionados à economia marítima empregam 24,7 mil trabalhadores, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O setor é seguido pelo comércio de pescados.
Atualmente, o setor de serviços ligado à economia do mar em Alagoas conta com 9.967 empresas ativas, de acordo com dados da Receita Federal. É o maior volume de empresas ligadas à economia do mar no estado. Em seguida aparecem os setores de manufatura (com 535 empresas), transporte (321), recursos vivos (29), energia (16) e defesa (2).
O estudo - divulgado nessa quinta-feira (13), no 1º Fórum de Economia do Mar de Alagoas, realizado na Casa da Indústria, em Maceió-AL - também mostra que a maior parte dos empreendimentos destinados aos Serviços do Mar (SMar) está localizada na capital alagoana, que possui 7.524 empresas ativas no setor. Outro destaque é o município de Maragogi, que concentra 7,12% desses empreendimentos e se destaca como um dos destinos mais procurados por turistas que visitam o estado de Alagoas.
O turismo náutico, especialmente o turismo de cruzeiros, também tem se mostrado um motor importante para a economia local, com a temporada de cruzeiros estimando uma injeção de cerca de R$ 80 milhões na economia estadual. Além disso, a pesquisa destaca a crescente relevância da carcinicultura, com Arapiraca se consolidando como um grande polo produtor de camarão.
O trabalho também apontou que o estado de Alagoas, com seus 27.830,661 km² e 16 municípios litorâneos, possui grandes oportunidades de desenvolvimento. Aproximadamente 40,74% da população alagoana residem na região litorânea, o que reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura e políticas públicas voltadas para o fortalecimento da Economia Azul. O comércio e as manufaturas relacionadas ao mar também foram identificados como segmentos estratégicos para o crescimento econômico do estado.
O evento na Fiea reuniu especialistas, lideranças do setor marítimo e autoridades, com o objetivo de discutir as oportunidades e os desafios para o desenvolvimento da Economia do Mar no Estado. A chamada “Economia Azul” abrange atividades como turismo náutico, pesca, aquicultura e infraestrutura portuária, com grande potencial para o estado.
O presidente da Fiea, José Carlos Lyra de Andrade, destacou o potencial de Alagoas e enfatizou que fomentar a Economia do Mar é uma estratégia essencial para o desenvolvimento sustentável. “O fórum é um marco no planejamento estratégico de Alagoas para aproveitar seu vasto potencial marítimo de maneira sustentável, integrando academia, governo e iniciativa privada”, afirmou.
Lyra também fez referência ao trabalho do vice-presidente da Fiea, José da Silva Nogueira Filho, que tem liderado essa iniciativa com o objetivo de tornar a Economia Azul uma realidade no estado. “Este é o início de um esforço para consolidar Alagoas como um polo da economia do mar, buscando soluções inovadoras e sustentáveis”, acrescentou Nogueira Filho.
O capitão de fragata Rodrigo Garcia, comandante dos Portos de Alagoas, ressaltou a importância do setor, afirmando que 25% da população brasileira depende diretamente da Economia do Mar, que representa cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Ele exemplificou o impacto local da economia do mar ao citar o movimento gerado por um navio de cruzeiro que atraca no Porto de Maceió, destacando como essa atividade beneficia desde pequenos vendedores até grandes restaurantes, gerando emprego e renda para a população local.
O vice-almirante Alexander Reis Leite, comandante do 3º Distrito Naval, também participou do evento e reforçou a importância do mar para o Brasil, destacando as quatro vertentes da “Amazônia Azul”: econômica, ambiental, científica e de defesa. “O Brasil é inviável sem o mar”, afirmou Leite, destacando a vocação marítima do país e a importância de explorar seus recursos de maneira sustentável e estratégica. As informações são da Fiea.