DISPARADA
Valor médio do metro quadrado de imóveis em Maceió salta 30% em 2025
Segundo o presidente do Creci/AL, com a pandemia muita gente resolveu mudar de endereço, refletindo no mercado imobiliário


O preço médio do metro quadrado dos imóveis residenciais em Maceió registrou aumento expressivo no intervalo de 2023 a 2025. É o que aponta o Índice FipeZap, que acompanha esse tipo de variação em mais de 50 cidades brasileiras. Em janeiro de 2023, o valor médio chegou a R$ 7.181/m², passando para R$ 8.345/m² no início de 2024 e atingindo R$ 9.342/m² em janeiro de 2025. Ou seja, em dois anos, ocorreu um acréscimo de 30%.
Os cinco bairros de Maceió que despontam com metro quadrado médio mais caro em fevereiro de 2025 são, na sequência, Pajuçara, Jacarecica, Ponta Verde, Jatiúca e Cruz das Almas, custando em média R$ 12,5 mil/m²; R$ 10,7 mil/m²; R$ 10,6 mil/m²; R$ 10,1 mil/m² e R$ 9,4 mil/m².
“Na realidade nós temos um mercado crescente desde a pandemia e logicamente pelo fechamento de alguns setores do próprio mercado e a demanda que foi grande, isso levou o preço às alturas como aço, ferro e tijolos. E também o despertar das pessoas que estavam com dinheiro em banco e tinham necessidade de mudança e estavam, digamos assim, postergando essa mudança e com a pandemia resolveu mudar”, avalia Sérgio Cabral, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) de Alagoas.
Segundo o presidente do Creci/AL, com a pandemia muita gente resolveu mudar de endereço, refletindo no mercado imobiliário. “Fora isso o crescimento do próprio mercado e a escassez de terrenos fez com que alavancassem os preços. Maceió está muito bem vendida externamente. Muita gente que está comprando esses apartamentos são oriundas de outras cidades, de outros estados”, acrescenta Sérgio Cabral.
O índice aponta, em relação à região Nordeste, dentre as cidades avaliadas, o metro quadrado de preço mais elevado fica em Maceió, que passou à frente de outros municípios igualmente turísticos. Com valores mais altos do que a capital alagoana estão localidades nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e no Distrito Federal. Os dados referem-se a fevereiro deste ano.
Balneário Camboriú, em Santa Catarina, tem o metro quadrado mais caro do país, dentre as localidades avaliadas, segundo o Índice Fipezap, de R$ 14.206. O segundo fica em Itapema (SC), por R$ 13.735 e, em terceiro, Vitória (ES). Maceió ocupa a 12ª colocação, entre 57 cidades e capitais brasileiras.
“Na verdade há um aumento do preço médio, do metro quadrado, em Maceió e em todo o país, não é uma particularidade só de Maceió. Naturalmente, outras regiões sofreram essa valorização, mas eu não chamo só valorização, eu chamo um reequilíbrio nos preços", explica Alfredo Brêda, vice-presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Alagoas).
Segundo Alfredo Brêda, com o fim da pandemia havia uma defasagem de preços de cerca de 20% que não era repassado no ramo da construção civil e que nos últimos anos, de 2022 a 2024, o setor passou a se recuperar.
“A gente teve uma recuperação em torno de 8%, mas ainda há uma defasagem de 12% e essa recuperação é lenta. Tem essa defasagem de preços que nos próximos anos a gente deve recuperar para que os preços fiquem equilibrados, para que o construtor consiga construir de forma mais saudável”, esclareceu Brêda.
Os dados socioeconômicos apresentados no índice, com base no Censo do IBGE 2022, são de que residem em Maceió 958 mil pessoas em área territorial de 509,3 km², com 336 mil domicílios. Estão distribuídos 77 mil apartamentos, variação no preço de imóveis no mês (fevereiro/2025) de +0,40% ; variação acumulada no ano (2025) de +1,25%; acumulada em 12 meses de +10,28% e preço médio (fevereiro/2025) R$ 9.379 / m².