Paulinho da Força trava pauta e irrita aliados e oposição

Um talento do ministro da Defesa, José Múcio, é contar causos em que sempre se dá mal. Em 1986, candidato a governador de Pernambuco contra Miguel Arraes, relatou que, em Petrolina, precisou correr ao banheiro durante um comício. O apoiador bateu à porta, mas a voz respondeu: “Está ocupado”. Apressado, insistiu: “Saia logo, o governador precisa usar!”. Do outro lado, a confirmação: “Doutor Arraes?”. Ao saber que era o adversário, veio a crueldade: “Agora é que não abro mesmo!”.

Paulinho consegue irritar oposição e governistas

Azeda a relação entre Paulinho da Força (SD-SP) e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), que lhe entregou a relatoria do projeto da anistia, rebatizado de “PL da Dosimetria”. Paulinho condicionou a votação do texto que amplia a isenção do Imposto de Renda à apreciação do projeto da anistia, o que estressou governistas e aliados de Arthur Lira (PP-AL), relator do IR. Nas reuniões com bancadas, ouviu desaforos.

Deu barraco

Líder da oposição, Zucco (PL-RS) subiu o tom em encontro com o deputado do Solidariedade, que insiste em falar apenas em reduzir penas.

Calma, gente

O clima foi tão pesado que, após reunião, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), precisou apelar a panos quentes.

Blefou e perdeu

Paulinho também desagradou governistas ao sugerir pena reduzida a Bolsonaro e reafirmar a chantagem no IR.

Texto esvaziado

O PT reagiu e ameaça fechar questão contra o projeto, que pode morrer ainda na Câmara.

Ministro pede demissão rezando por um milagre

A permanência de Celso Sabino no Turismo só interessava a ele. Ao anunciar a saída, jurou que Lula pediu sua permanência até sexta (3). Fontes do Planalto dizem que, na verdade, pediu carona no avião presidencial até Belém. Com isso, ganhou mais 15 dias no cargo, contrariando ordem do União Brasil para sair em 24 horas.

Esperando milagre

Sabino reza por sobrevida, mas o União não quer laços com o PT. Em abril, o líder do partido recusou convite para ser ministro.

Voltando para casa

Com a pasta irrelevante e sem recursos, Sabino ao menos desfrutava do glamour do cargo. Agora retorna ao baixo clero.

Adeus, mordomias

Perderá o carrão oficial e o privilégio de chegar em jatos da FAB a eventos em sua cidade.

Decisão suspeitíssima

Coordenadores de Combate ao Trabalho Escravo entregaram cargos em protesto contra decisão de Luiz Marinho (Trabalho), que resolveu revisar pessoalmente processo que poderia incluir a JBS na “lista suja”.

13 cabalístico

A saída de Sabino do Turismo representa a 13ª baixa ministerial desde o início do governo Lula.

Só piora

O nome de Márcio Macedo (Secretaria-Geral) voltou a circular como alvo de futura demissão. Guilherme Boulos é cotado para substituto.

Na moita

De saída da presidência do STF, Luís Roberto Barroso não prevê reação imediata da Corte à Lei Magnitsky.

Nada de Lula

O cacique Gilberto Kassab reafirma: o PSD deve lançar candidato em 2026, como Tarcísio, Ratinho Jr ou Eduardo Leite, sem apoiar Lula.

Sabotagem
e boicote

Para Eduardo Girão (Novo-CE), a base do governo tenta sabotar a CPMI do INSS, “mostrando a que veio”.

Longe de petista

Ciro Nogueira (PP-PI) criticou a centro-direita por “excessos” e pediu união para não virar cabo eleitoral de Lula.

Pra esse ano

Segundo Fábio Schiochet (União-PR), o processo contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) deve ser votado entre novembro e dezembro.