Silêncio
Prisão domiciliar de Brazão silencia até setores antes mais combativos

O ministro me mata ou me prende”


Durante a ditadura militar, quando se especulava quem sucederia o general Médici, o jornalista Mauro Santayana encontrou o deputado Zezinho Bonifácio, defensor ardente do regime, e citou uma frase clássica:
“Num regime presidencialista, a escolha do presidente deve respeitar as forças políticas da Nação.”
Zezinho indagou, irônico: “Quem disse essa bobagem?”
Santayana respondeu: “Seu pai, José Bonifácio, ao se rebelar contra Washington Luís.”
Sem perder o rebolado, o deputado retrucou: “Isso foi quando a Lua ainda era de São Jorge. Hoje é dos astronautas.”
Brazão vai para casa e até irmã de Marielle se cala
Quase uma semana após o ministro Alexandre de Moraes conceder prisão domiciliar ao deputado Chiquinho Brazão (RJ) — apontado pela Polícia Federal como o mandante do assassinato de Marielle Franco — reina o silêncio entre os setores mais ruidosos da esquerda, que durante anos cobraram, aos gritos, “quem matou Marielle?”. Nem mesmo Anielle Franco, irmã da vereadora assassinada e atual ministra da Igualdade Racial, se manifestou sobre a decisão.
Toma lá, dá cá
A nomeação de Anielle por Lula foi vista como oportunismo recíproco: o presidente explorou a imagem de Marielle, e ela ganhou um ministério como recompensa.
Aliado no gatilho
Durante anos, o PT e seus aliados insinuaram envolvimento de Jair Bolsonaro no crime. Mas o acusado, então vereador, era velho aliado da esquerda fluminense.
Diagnóstico seletivo
A justificativa para a prisão domiciliar de Brazão foram problemas de saúde — argumento ignorado em inúmeros outros casos semelhantes.
Nada a declarar
A coluna abriu espaço para que Anielle Franco comentasse a decisão. Ela permaneceu em silêncio.
Ministros do STF têm ‘Constituição’ própria, diz Jordy
Para o deputado Carlos Jordy (PL-RJ), o Brasil vive sob “onze Constituições”, moldadas ao gosto de cada ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista ao podcast Diário do Poder, o ex-líder da oposição defendeu o fim do foro privilegiado e uma reforma do Judiciário. “Deputados e senadores têm medo. Medo de falar”, afirmou o parlamentar.
Conclusão
“Não existe nada mais necessário do que uma reforma no Judiciário”, declarou Jordy.
Caminhos há
Ele lembrou que há várias propostas em tramitação para mudar o sistema e acabar com o foro especial.
Lista grande
“Interpretam a Constituição como querem, criam leis, cometem abusos e invadem as prerrogativas do Parlamento”, criticou.
Vexame internacional
Lula fez o Brasil passar vexame ao conceder asilo à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada a 15 anos de prisão por corrupção. Ela e o marido foram flagrados em esquemas com a Odebrecht e a ditadura da Venezuela. O governo ainda mandou um avião da FAB buscá-la.
Não é para amadores
Enquanto outros países — incluindo os Estados Unidos — prenderam envolvidos no escândalo da Odebrecht, o Brasil promoveu “descondenações”. Investigar virou crime.
Estão em casa
O advogado brasileiro que defende Nadine afirma que ela é “perseguida”. Resta dizer que também é milionária.
Naufragou
Fracassou a pressão do governo para retirar assinaturas da urgência do projeto da anistia. Só uma deputada recuou. O governo precisava de oito desistências, previa 15.
Chocolate amargo
O preço dos ovos de Páscoa subiu, em média, 25% em relação a 2024, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab).
Baita estreia
O vice-prefeito de São Paulo, Ricardo Mello Araújo (PL), estreia no domingo (20) como prefeito interino da maior cidade da América Latina. Ricardo Nunes (MDB) estará em missão na China e no Japão.