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POSSÍVEL RISCO

Casos de metanol fazem cair em 50% o consumo de destilados em Alagoas

Estado recebeu nessa sexta-feira (10) 84 unidades do antídoto destinado ao tratamento de intoxicações

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Desde o início dos casos de contaminação por metanol, consumo de bebidas destiladas caiu 50% em bares e restaurantes
Desde o início dos casos de contaminação por metanol, consumo de bebidas destiladas caiu 50% em bares e restaurantes | Foto: — Foto: Cortesia

Estabelecimentos que oferecem bebidas alcoólicas já começaram a adotar estratégias para minimizar os impactos decorrentes da presença de metanol em destilados. Clientes apreensivos têm procurado outras alternativas de consumo, evitando esse tipo de bebida, cujo consumo foi reduzido em 50%, segundo empresários locais.

O presidente da Abrasel-AL (Associação de Bares e Restaurantes), Marcus Batalha, explica que a entidade tem orientado os empresários e consumidores a fazer compras conscientes, procurar distribuidores confiáveis e garantir a emissão da nota fiscal. E, sobretudo, identificar o selo IPI em bebidas alcoólicas e cigarros, emitido pela Casa da Moeda, que garante a legalidade do produto. “Nossa cobrança aos entes públicos é para que intensifiquem as investigações e fiscalizações, para que o mais rápido possível consigamos normalizar o fornecimento dessas bebidas e possamos consumir com muito mais tranquilidade”, destaca o presidente.

Ele ressalta que, até então, a situação não teve impactos severos no faturamento, mas gerou uma redução na demanda por destilados. “A comissão de destilados diminuiu, mas os clientes escolhem cerveja, vinho, por exemplo. Então o movimento dentro dos restaurantes continuou; o que aconteceu foi uma migração do tipo de bebida que está sendo consumida”, relata.

O sócio-fundador do bar ITSY Drinks, Dalton Passos, diz que os clientes estão receosos com a procedência das bebidas, preferindo coquetéis sem destilados. A estratégia tem sido aumentar a oferta de alternativas. Ele ressalta que, desde o início dos casos, o consumo de bebidas destiladas caiu 50%.
“Somos uma empresa de coquetelaria de alto padrão, atuamos com bebidas alcoólicas e não alcoólicas e temos como base os destilados vodca e gim, por isso estamos sofrendo com a redução do consumo de nossos clientes. Estamos contornando esse momento com a oferta de outras bebidas que não estão envolvidas na problemática, como vinhos, espumantes, saquês e cachaças. Os clientes precisam se sentir seguros. A preocupação é latente e a falta de um diagnóstico preciso do problema causa temor. Somos parte de uma cadeia produtiva que depende diretamente desse consumo de destilados”, pontua.

A diretora comercial e de marketing da loja Menezão Bebidas, Larissa Gleiss, diz que o empreendimento também foi afetado pela crise. “Principalmente nos primeiros dias, quando não havia informação. A gente percebeu que o movimento, no geral, caiu e as pessoas ficaram mais receosas de comprar destilado”, detalha.

Sobre o procedimento de checagem dos lotes de bebidas alcoólicas que chegam ao depósito, ela garante que é um processo cuidadoso e que os produtos da distribuidora estão em dia com a fiscalização. “Nós só recebemos cargas de distribuidores autorizados, ou seja, do distribuidor que é autorizado pela própria indústria a comercializar aquele produto. Então, nosso primeiro e maior controle é a origem da compra. Quando os produtos chegam à loja, as caixas geralmente são abertas e verificamos o lacre. Até o momento, não tivemos nenhuma reclamação ou devolução”.

Quanto ao treinamento específico para lidar com a questão, o grupo recebeu orientações da Vigilância Sanitária e está articulando uma palestra para os funcionários. Larissa ressalta que essa é uma força interna essencial para informar sobre adulteração e falsificação.

CHEGADA DO ANTÍDOTO

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) recebeu nessa sexta-feira (10) 84 unidades dos antídotos destinados ao tratamento de intoxicações por ingestão de metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. Do total, foram 24 de fomepizol e 60 de etanol, que ficarão armazenados para atender aos casos que vierem a surgir.

O envio foi feito pelo Ministério da Saúde (MS), que considerou a quantidade de habitantes de Alagoas no último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para definir o número de antídotos.

A Sesau orienta que a vítima busque o serviço de pronto atendimento mais próximo, caso apresente sintomas compatíveis com sinais de embriaguez prolongados, acompanhados de desconforto no estômago, náuseas, vômitos, dor abdominal intensa, visão turva, dor de cabeça, confusão mental, tontura e convulsões.

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