PENEDO
Treze anos depois, acusados de matar Roberta Dias vão a juri popular
Julgamento começa hoje na cidade onde a jovem sumiu depois de sair para uma consulta pré-natal


Após 13 anos do crime, tem início hoje em Penedo o julgamento dos acusados pela morte da jovem Roberta Dias, de 18 anos, que estava grávida de três meses. No banco dos réus, estão Mary Jane Araújo Santos e Karlo Bruno Pereira Tavares, conhecido como “Bruninho”, apontados como autores material e intelectual do homicídio.
O júri popular está marcado para começar às 9h, no Fórum da Comarca do município, sob a presidência do juiz Lucas Dória, com previsão de duração de três dias. No primeiro dia, serão ouvidas oito testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público do Estado (MPAL). Na quinta-feira (24), serão apresentados os depoimentos das testemunhas de defesa, seguidos pelo interrogatório dos réus. O último dia será reservado para os debates e a leitura da sentença.
Roberta Dias desapareceu em 11 de abril de 2012, após sair de casa para uma consulta pré-natal no centro de Penedo e não retornar. Inicialmente tratado como desaparecimento, o caso passou a ser investigado como homicídio em 2018, após o vazamento de um áudio em que Karlo Bruno confessava a um amigo ter asfixiado a vítima com um fio de som e enterrado seu corpo em Piaçabuçu. A ossada foi localizada em 2021.
Foi a mãe de Roberta quem, ao saber da descoberta de um crânio na região, providenciou uma escavadeira para recuperar os restos mortais da filha. A polícia foi acionada e a Perícia Oficial confirmou, por meio de exames, que se tratava da jovem desaparecida.
Segundo a acusação, Mary Jane teria abordado Roberta dias antes do crime, tentando convencê-la a interromper a gravidez, proposta que a vítima recusou. Diante da recusa, Mary Jane, mãe de Saullo, teria planejado o assassinato, contratando Karlo Bruno para executá-lo.
O julgamento terá como base a denúncia do MPAL, que acusa os réus de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, feminicídio e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), além de ocultação de cadáver, corrupção de menores e aborto provocado por terceiro.
O promotor Sitael Jones Lemos destacou que as 4,7 mil páginas do processo comprovam a materialidade e a autoria do crime. “O assassinato foi premeditado e contou com a participação de Mary Jane e do adolescente infrator, seu filho”, afirmou.