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AMOR INCONDICIONAL

Uma casa com 15 gatos: como alagoana consegue aliar rotina e amor pelos pets

Terezinha Rocha, de 58 anos, também é tutora de três cachorros que vivem em sua residência

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Terezinha adaptou um espaço em casa para os gatos
Terezinha adaptou um espaço em casa para os gatos | Foto: (Foto: Ailton Cruz)

Em uma casa simples, mas espaçosa e abastada de carinho, lá no bairro Jacitinho, em Maceió, vivem Terezinha Rocha, o marido, 15 gatos e três cachorros. Aos 58 anos, a alagoana conta que a alegria dos seus dias inclui, em grande parte, o resgate e o cuidado com os felinos. Sem filhos e casada há 13 anos, a dona de casa diz que encontrou na convivência com os animais um propósito que vai além do simples ato de adotar: é uma missão de amor e compaixão.

Tereza convive com gatos desde a infância. Após o casamento, no entanto, enfrentou resistência por parte do marido, que não gostava muito dos animais, mas acabou cedendo e também passou a ajudá-la nos cuidados. Por três anos, ela se afastou dos felinos, mas, como ela mesma diz, “a vida tem um jeito de trazer aquilo que a gente ama de volta”. Um resgate após uma queda foi o ponto de partida para que ela recomeçasse sua missão de acolher animais.

Sua jornada no mundo dos resgates começou ainda quando era solteira, mas foi após o falecimento da mãe que a quantidade aumentou. “Eu já tinha 6 e herdei mais 8”, conta.

Para Tereza, adotar e acolher animais abandonados é uma resposta ao crescente número de bichos nas ruas, especialmente em sua comunidade, no Jacintinho, em Maceió, onde vive e também cuida de três cachorros.

Embora não tenha um espaço exclusivo para os felinos, a dona de casa construiu, com muito esforço, um local onde pode isolá-los quando adoecem, garantindo que cada um receba o cuidado necessário.

ROTINA

A convivência com os felinos exige adaptação e organização. A alimentação é comprada em grandes pacotes de ração, e a saúde é cuidada da melhor maneira possível. Devido às limitações financeiras, Tereza só consegue levá-los ao veterinário em situações de emergência. “Infelizmente, não tenho condições de fazer exames periódicos, mas faço o que posso”, diz ela, ao comentar que todos os gatos são castrados.

Como toda grande responsabilidade, cuidar de tantos animais tem seus desafios. Tereza menciona que, por gostar de viajar, conta com a ajuda da irmã para dar atenção aos gatos enquanto está fora. “Não consigo imaginar minha vida sem eles. Cada um tem uma personalidade única, e essa diversidade é o que torna o nosso dia a dia ainda mais especial”, completa.

RELAÇÃO EMOCIONAL

Para a psicóloga Carla Lima, o vínculo de Tereza com os gatos pode ser explicado pela relação emocional que se estabelece entre pessoas e animais de estimação. “A convivência com animais pode proporcionar um grande apoio, especialmente em momentos de solidão ou perda. Eles oferecem companheirismo e são uma fonte importante de afeto”, afirma a especialista. Carla acrescenta que esse tipo de vínculo pode ajudar na redução do estresse e até melhorar o bem-estar psicológico.

O veterinário João Henrique, especializado em cuidados de animais de grande porte e felinos, explica que a criação exige cuidados especiais para a saúde dos bichos. “É essencial garantir que todos recebam vacinas, vermífugos e controle de doenças parasitárias. Além disso, a castração, que Tereza menciona, é um passo fundamental para o controle populacional e a saúde dos animais”, afirma João. Ele ressalta que, em casos de muitos animais em uma única residência, é importante criar um ambiente controlado e limpo, para evitar problemas como infecções ou estresse.

Embora seus recursos sejam escassos, Tereza não desanima. “Cada gato resgatado tem uma história triste de sofrimento e abandono, e sei que não posso salvar todos, mas faço o que posso dentro das minhas condições. O que importa é que eu faço a diferença na vida desses gatos”, finaliza.

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