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Nº 5693
Política Jair Bolsonaro também elencou as medidas de seu governo, como o auxílio emergencial

BOLSONARO DIZ NA ONU QUE BRASIL É ‘VÍTIMA DA DESINFORMAÇÃO’

Em vídeo gravado, com duração de menos de 15 minutos, ele afirma que tanto o vírus quanto o desemprego “precisavam ser tratados”

Por Folhapress | Edição do dia 23/09/2020 - Matéria atualizada em 23/09/2020 às 06h00

São Paulo, SP - O presidente Jair Bolsonaro usou seu discurso de abertura na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, nesta terça-feira (22), para defender as políticas de seu governo diante da pandemia de coronavírus e das queimadas que devastam a Amazônia e o Pantanal.

Em vídeo gravado, com duração de menos de 15 minutos, Bolsonaro afirmou que, desde o início da crise, destacou que tanto o vírus quanto o desemprego “precisavam ser tratados igualmente” e acusou parcela da imprensa brasileira de disseminar o caos em relação à pandemia da Covid-19. O presidente elencou medidas de seu governo, como o auxílio emergencial, e jogou a responsabilidade das regras de isolamento aos governadores - a pandemia já matou mais de 136 mil pessoas no país. “Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema ‘fique em casa’ e ‘a economia a gente vê depois’, quase trouxeram o caos social ao país”, disse Bolsonaro. O presidente afirmou ainda que as riquezas da Amazônia despertam interesses estrangeiros e escusos e é por isso que, em sua avaliação, a floresta é vítima do que chamou de campanhas de desinformação –ele seguiu minimizando os incêndios e negando que a gestão ambiental do governo seja negligente. “Nosso agronegócio continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta. Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal”, afirmou o presidente. “A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil.” Desde o ano passado, Bolsonaro sofre críticas de organizações e líderes internacionais por sua política ambiental. Nesta terça, usou o plenário da ONU para reproduzir um discurso defensivo e negacionista. O líder brasileiro rebateu as críticas sob o argumento de que há exagero na imagem negativa divulgada no exterior em relação a sua postura diante da crise ambiental e da tragédia sanitária. Deputados do Partido Democrata, de oposição a Donald Trump, dizem que são contrários a um acordo comercial amplo entre Brasil e EUA justamente devido ao comportamento brasileiro diante da questão ambiental e de direitos humanos. Nos últimos dias, países europeus disseram que a postura do governo Bolsonaro em relação ao meio ambiente pode inviabilizar a confirmação do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O governo Bolsonaro enfraqueceu a gestão ambiental do país, perseguiu fiscais, protegeu madeireiros e tentou maquiar números de desmatamento -o Brasil registra hoje incêndios na Amazônia e no Pantanal, que bateu recorde de queimadas. Recentemente, o presidente chegou a atribuir o fogo nas florestas à população indígena e à geração espontânea.

Essa é a segunda vez que Bolsonaro abre os debates da Assembleia Geral da ONU -é tradição que o presidente brasileiro faça o discurso de abertura. Desta vez, em razão da pandemia, a convenção acontece de forma parcialmente virtual e um vídeo foi enviado pelo Planalto à ONU com o pronunciamento na semana passada.

A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo da ONU. É lá que os representantes dos 193 países-membros da organização se reúnem para discutir assuntos que afetam as comunidades internacionais, e todos têm direito a voto. Além de Bolsonaro, discursam nesta terça outros 30 chefes de Estado. O presidente americano, Donald Trump, foi o segundo a fazer seu pronunciamento. Os discursos continuarão ainda na quarta (23). Também figuram entre os mais esperados os discursos do dirigente chinês, Xi Jinping, e do líder iraniano, Hassan Rowhani, devido à escalada das tensões entre os dois países e os Estados Unidos.

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