ELES MUDAM, GOZAM DE PESSOAS SIMPLES MAS NÃO DEIXAM O PODER

Perto da campanha, astral de muitos candidatos mudam na relação com a periferia, que não sai da miséria. À medida em que as ruas começam a despertar para o voto, eles abrem os sorrisos escondidos, fingindo que não conhecem a realidade triste de Alagoas. Cara feia na vida comum, a transformação é radical para ganhar o nome de autoridade por onde caminham depois de eleitos. É bonito ser atração somente porque o resultado das urnas – ninguém sabe por qual critério – coloca os nomes nas listas dos vitoriosos. Funcionário graduado nos anos de 1990 exibiu dificuldade de diálogo com um deputado, simples, pouca leitura, novato no poder. “Como vou chamar esse senhor, que não tem nível para conversar comigo, de excelência?” - perguntou, preparando a solenidade de posse. Engoliu seco, repetindo elogios por 20 anos porque o deputado se reelegeu por cinco vezes consecutivas. A humildade para intelectuais e pessoas sem condições de estudar é arma forte que coloca quem decide e quem planta cana no mesmo patamar de igualdade. Na galeria dos que não trocam de cadeira, sentados no mesmo lugar, Lucila Toledo, José Costa, Luiz Dantas, Fábio Farias...