Meio Ambiente
Bandeira Azul em risco: degradação ameaça único selo internacional de praia em Alagoas

Bandeira Azul
Alagoas tem uma das poucas praias certificadas de bandeira azul do Brasil, uma chancela que abrange pouco mais de 200 metros de praias em Porto de Pedras, que a muito custo conseguiu preencher os rígidos requisitos exigidos pelas instituições que concedem esse selo. Contudo, a conquista corre sério risco de terminar devido à destruição do meio ambiente.
Ganância imobiliária
A ganância imobiliária patrocinada por grandes grupos vindos da região Sudeste do Brasil e alguns de fora do País está destruindo toda a característica do ecossistema tropical existente. Grandes empreendimentos imobiliários de alta e até também de verdadeiras favelas urbanizadas estão se instalando em toda Rota dos Milagres.
Sem infraestrutura
Os inúmeros empreendimentos imobiliários que estão sendo erguidos requerem uma infraestrutura de grande porte, como água, energia, telefonia celular e internet, sem falar em capacidade de limpeza urbana e até de vias de circulação. O colapso nesses serviços já pode ser sentido. Falta água, a energia elétrica é deficiente e a comunicação deixa de funcionar nos picos de uso.
Em médio prazo
Para profissionais urbanísticos que analisam a ocupação urbana de forma predadora, a região da Rota dos Milagres terá uma vida de glamour por mais cinco anos, depois disso viverá um caos urbano. Enquanto isso, os especuladores imobiliários buscam outra região para destruir e, segundo informações, em Alagoas será o Litoral Sul.
Plano diretor
Os planos diretores de todos os municípios da Rota dos Milagres foram financiados pelo governo do Estado há mais de 4 anos. O objetivo era ordenar a ocupação do espaço, respeitando as características da vocação turística daquele destino, mas a força do capital falou mais alto, e os projetos estão travados, ou nas prefeituras ou nas Câmaras de Vereadores.
Boiada
Com a ausência dos planos diretores, a boiada passa, destruindo tudo que tem de beleza natural e atrai turistas para a região. Com deficiência na fiscalização e até mesmo leniência e omissão das instituições públicas na defesa do meio ambiente, as máquinas destruidoras derrubam coqueiros centenários, devastam restingas e até expulsam os pescadores e moradores nativos de seus habitats.
Valorização
A voracidade aliada à ganância destrutiva do setor imobiliário que atua na Rota dos Milagres também terá seu revés, com a desvalorização que começa a ter, consequência dos problemas de infraestrutura e ocupação desordenada do espaço urbano. Na opinião de especialistas e até mesmo de investidores, o “Boom dos Milagres” está agora em contagem regressiva.
Peixe-boi
A base de reintrodução do peixe-boi marinho em Porto de Pedras está agonizando. Os rios da região sofrem com a falta de saneamento básico. Os esgotos correm a céu aberto e terminam caindo nos rios. A deficiência na coleta de lixo urbano, aliada à falta de educação ambiental, faz com que a população descarte o lixo doméstico nos mangues, ruas e rios.
