4 DE DEZEMBRO
Dia Mundial da Propaganda reforça papel da criatividade e da diversidade no mercado alagoano
Profissionais locais destacam a importância da transparência, inclusão e inovação para fortalecer campanhas e aproximar marcas do público em Alagoas


Nesta quinta-feira (4), o Dia Mundial da Propaganda celebra a força criativa que transforma mercados, cidades e culturas, especialmente no cenário de Alagoas. Em um momento de evolução do mercado local, profissionais da publicidade reforçam que criatividade, diversidade e propósito são pilares essenciais para construir campanhas que realmente conectam marcas e consumidores.
Fernanda Benamor, presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP) em Alagoas, destaca a importância da associação para fortalecer o ecossistema publicitário local.
“Nosso compromisso é criar oportunidades de fala, debate, encontros para networking e capacitação. Trabalhamos para consolidar um ambiente de negócios mais seguro e profissional, com foco em ética, transparência e boas práticas”, afirma. Fernanda reforça ainda o papel da ABAP em promover diálogo constante com órgãos públicos e o setor privado, ampliando as oportunidades para o mercado alagoano.
Sobre o avanço da inteligência artificial, Fernanda comenta: “A IA é uma ferramenta de escala que acelera a criatividade, mas o grande diferencial continuará sendo humano. Estratégia, sensibilidade cultural e capacidade de construir marcas fortes só a mente humana pode entregar. Por trás da máquina, sempre tem o humano no comando.”

Luciano Quirino, sócio-diretor de Planejamento da Artecetera Comunicação Integrada e membro-diretor da ABAP Alagoas, ressalta que o consumidor atual está mais crítico e informado, exigindo das marcas transparência e conexão emocional. “O consumidor quer marcas com propósito que ofereçam experiências reais. A propaganda deixa de ser interrupção e passa a ser contribuição, com conteúdos relevantes e conversas constantes”, diz.
Para Luciano, a sustentabilidade e a responsabilidade social já não são apenas temas de campanha, mas práticas reais. “Só comunicamos o que o cliente realmente faz. Pessoas reconhecem quando há verdade. Recentemente, criamos uma campanha para o Governo de Alagoas no mês da Consciência Negra, onde profissionais pretos estiveram em todas as fases do processo, da criação à produção, o que trouxe vínculo emocional e autenticidade ao resultado.”
Sobre a diversidade e inclusão, Luciano afirma que elas são obrigação ética e inteligência de mercado. “A comunicação só funciona quando as pessoas se veem nela. Nossa equipe é diversa em idade, religião, sexualidade, e isso reflete em campanhas que respeitam as diferentes vozes e realidades de Alagoas.”
A pandemia acelerou transformações no mercado local, segundo Luciano. “A comunicação não é acessório, é essencial. Quem manteve o diálogo com o público durante a crise saiu fortalecido. Aprendemos a trabalhar de forma rápida, flexível e com comunicação como ferramenta de serviço e acolhimento.”
O mercado publicitário alagoano vive um momento de expansão, impulsionado por setores como turismo, construção civil e varejo. Luciano ressalta a necessidade da profissionalização dos anunciantes para que entendam o valor do posicionamento estratégico de marca.
“Espero que 2026 seja um ano de consolidação, com marcas ousadas, agências preparadas e investimentos mais direcionados. A propaganda deixou de ser apenas comunicação e passou a ser motor de competitividade e geração de valor para a economia local.”

A força criativa que move o setor também é impulsionada por profissionais que acompanham de perto as transformações da indústria. Patrícia Lavenère, sócia-presidente da Artecetera Comunicação Integrada, reforça que a propaganda mudou tanto em forma quanto em propósito e que essa evolução exige sensibilidade, atualização constante e escuta ativa.
Para ela, a publicidade só permanece relevante quando acompanha o ritmo da sociedade. “A propaganda evoluiu profundamente desde que comecei. Mudaram as técnicas, os meios e, sobretudo, a maneira como construímos conteúdo. Hoje, mais do que nunca, a publicidade precisa acompanhar o espírito do tempo. Entender a comunidade, reconhecer as transformações culturais e dialogar com elas.” Patrícia destaca que a comunicação deixou de ser apenas sobre produto e passou a ser sobre relevância e conexão, exigindo um olhar atento ao comportamento das pessoas e às novas formas de consumo de informação.
Ao avaliar o papel das mulheres no mercado, Patrícia afirma que houve avanços importantes. “Quando assumi a presidência do capítulo ABAP Alagoas, eu era uma das poucas mulheres em um ambiente predominantemente masculino. Felizmente, esse cenário mudou. Hoje temos mulheres ocupando posições estratégicas e de liderança, tanto na ABAP nacional quanto nas regionais. Há uma presença crescente e muito qualificada feminina no mercado.” Para ela, ainda é necessário avançar em igualdade de oportunidades, representatividade e reconhecimento. “Estamos em evolução, mas o trabalho continua.”
Sobre tecnologia e redes sociais, Patrícia destaca que o impacto é profundo e positivo. “A transformação digital mudou completamente a nossa forma de criar. As redes sociais aceleraram o ritmo da comunicação, exigindo agilidade e formatos mais dinâmicos. E agora vivemos um novo capítulo com a inteligência artificial, que amplia possibilidades, otimiza fluxos e reduz prazos de entrega.” Para ela, a tecnologia potencializa em vez de substituir. “Ela libera tempo para que possamos nos dedicar ao que realmente importa: boas ideias.”
A sócia-presidente da Artecetera também reforça que comunicação responsável é um compromisso permanente. “O essencial não mudou. Ética, valores, princípios e verdade. Hoje a responsabilidade é ainda maior, porque tudo está mais exposto e a sociedade cobra coerência. Não existe comunicação relevante sem transparência.”
Ao avaliar o cenário em Alagoas, Patrícia vê um mercado em crescimento, mas ainda com desafios importantes. “Temos potencial, talento e criatividade. Falta investir de forma mais estruturada no desenvolvimento das pessoas e das empresas. O mercado alagoano evoluiu e hoje temos trabalhos de grande qualidade sendo produzidos aqui. Mas ainda precisamos avançar em profissionalização e capacitação.”
