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Cidades A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados

SURGIMENTO DA DOENÇA VEM PREOCUPANDO AUTORIDADES

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Por Regina Carvalho | Edição do dia 28/05/2022 - Matéria atualizada em 28/05/2022 às 04h00

Segundo o Instituto Butantan, casos da varíola dos macacos (zoonose silvestre, que ocorre geralmente em regiões de floresta da África Central e Ocidental, um vírus que infecta animais e raramente os humanos) estão surgindo em vários países e preocupando autoridades de saúde.

“Mas os casos relatados na Europa, nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália parecem não ter relação com as regiões africanas, o que pode indicar uma possível transmissão comunitária do vírus. Entre 2018 e 2021, haviam sido relatados sete casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens para países endêmicos. Mas somente este ano, nove casos já foram confirmados, seis deles sem relação com viagens, até 18/5, segundo a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido”, destaca publicação da Instituto Butantan. A varíola dos macacos ressurgiu na Nigéria em 2017, após mais de 40 anos sem casos relatados. Desde então, houve mais de 450 casos relatados no país africano e, pelo menos, oito casos exportados internacionalmente. A taxa de mortalidade de casos para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%. As crianças também estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê, aponta a OMS. Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai. A fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi confirmada pela OMS. No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis.

SURTO

Na última sexta-feira (27), a diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Preparação Global para Riscos Infecciosos, Sylvie Briand, disse que conter o surto da varíola dos macacos em países não endêmicos é uma prioridade, e que isso pode ser feito caso os países tomem medidas de forma rápida. De acordo com as declarações da diretora da OMS, a população geral não deve se alarmar, uma vez que a transmissão entre pessoas é baixa e mais lenta que de outros patógenos, como o da Covid-19. “Investigação de casos, rastreamento de contatos, isolamento em casa (para infectados) serão suas melhores apostas”, defendeu a chefe do secretariado de varíola da OMS, que faz parte do Programa de Emergências da organização, Rosamund Lewis. A doença é uma versão semelhante à varíola erradicada em 1980, embora mais rara, mais leve e com a transmissão entre pessoas mais difícil de acontecer. Ela costuma ser passada de animais, principalmente roedores, para humanos. No entanto, os casos relatados até então têm se espalhado entre pessoas, o que preocupa autoridades de saúde.

O período de incubação do vírus monkeypox – tempo entre infecção e aparecimento de sintomas – é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias, segundo a OMS. Quando surgem, os sinais são febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções na pele (lesões) que começam no rosto e se espalham para o resto do corpo, principalmente as mãos e os pés. Geralmente, a doença é leve, e os sintomas desaparecem sozinhos dentro de duas a três semanas. RC

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