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Caderno B

FANTÁSTICO EXIBE HISTÓRIA DE CARROCEIRO ALAGOANO QUE VIVE EM SÃO PAULO

Natural de Teotônio Vilela, Rogerinho sustenta a família recolhendo lixo nas ruas da capital paulista e enxergando melodia por onde passa

Por DA EDITORIA DE CULTURA | Edição do dia 08/06/2021 - Matéria atualizada em 08/06/2021 às 04h00

Carroceiro, compositor e cantor, Rogerinho faz parceria surpresa com Zezé Di Camargo
Carroceiro, compositor e cantor, Rogerinho faz parceria surpresa com Zezé Di Camargo - Foto: Reprodução
 

COM GSHOW

No domingo (6), o Fantástico (Rede Globo) exibiu a emocionante história de Rogerinho, um carroceiro alagoano que sustenta a família recolhendo lixo para reciclagem pelas ruas de São Paulo. Por lá, ele é conhecido por andar cantarolando as músicas que compõe diariamente, cujas letras são inspiradas no que ele observa no dia a dia de uma das maiores e mais frenéticas cidades do mundo. “Como eu ando muito na rua, eu vou observando as coisas, vendo as coisas. Uma hora ou outra vem uma letra na cabeça! Aí eu já pego o que eu tenho na mão, um pedaço de papelão, papel. Eu já sento em um canto e começo a escrever”, conta. Simples e orgulhoso das suas conquistas, o alagoano diz ter consciência dos benefícios que o trabalho que executa traz à sociedade, principalmente em São Paulo. “Se eu tirar todo lixo reciclado da rua — papelão, plástico, ferro velho, essas coisas —, se eu eu tirar todo ele da rua, o planeta vai agradecer! O meio ambiente vai agradecer”. O homem roda 25 quilômetros por dia puxando uma carroça, que chega a recolher meia tonelada de lixo. De seus 46 anos, 22 são dedicados à reciclagem. Assim, sustentou os três filhos e vive, sempre que pode, dando asas à voz e ao violão. Na casa, ele ostenta diversos instrumentos. Orgulhoso, ele mostrou as anotações improvisadas em papeis e pedaços de papelão durante a reportagem. A equipe do Fantástico, então, preparou uma surpresa para o carroceiro: trouxe Zezé di Camargo para conhecer o fã. Rogerinho, emocionado, tirou foto, pediu autógrafos, e ganhou conselhos do ídolo. “Tô me tremendo aqui cara, não acredito nisso não”, disse, emocionado. A dupla, inclusive, cantou junto uma das autorias do carroceiro. “Estou fazendo um bem para você, mas para mim também, pra minha essência. Do mesmo lugar que você veio eu vim”, declarou Zezé.


HOSTILIDADE DAS RUAS E ORGULHO DA CASA

Rogerinho também contou que algumas pessoas não perdem a oportunidade de tentar humilhá-lo ou de ofendê-lo enquanto desempenha seu trabalho. De xingamentos como “lixo”, ouvidos de carros pelas ruas, até ofensas de quem recebe o benefício da função que executa. “Outra vez, pegando um material num prédio, o rapaz desceu e falou assim: é esse burro sem rabo que vai pegar minha geladeira?”, contou. Em casa, no entanto, o alagoano é tratado como herói e recebe o carinho da família. A filha dele, Rute Ellen, diz que o pai nunca deixou que faltasse o alimento e que levou a casa sozinho após a primeira esposa falecer. “Ele é uma pessoa que eu nunca vi reclamar da vida. Ele faz de tudo para entregar pra gente tudo que a gente precisa, então pra mim ele é mais do que um herói”, diz Rute Ellen, filha de Rogerinho.

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